sábado, 24 de julho de 2010

Why go home?


Sempre fui sozinha. Quer dizer, quando eu era criança tinha alguem em casa pra garantir que eu não incendiaria a sala ou furaria meus proprios olhos, mas como não tenho irmãos, depois que eu cresci um pouco acabei ficando sozinha mesmo. É claro que sempre tem o pessoal da escola, do ingles, de todo lugar... mas companhia e parceria integral, não tem não. Quer dizer, em algumas épocas do ano tem sim.

Minha prima é 5 anos mais velha que eu, tem irmãos e temos uma prima da idade dela que deveria ser sua companheira. Só que estranhamente, sempre fomos nós duas. Admiro até hoje a santa paciencia que ela tinha de carregar uma criança pra cima e pra baixo quando ela mesma, já era adolescente.

Foi com ela que eu dividi os momentos mais dificeis [ "priiiima, ele me beijou na escaaaada, ai meu Deus, ai meu Deus", ou "priiima, eu quero me mataaaar", voces sabem]. Mesmo com uma certa distancia, ela estava sempre a par das coisas. E quando as férias chegam, só dá ela nas páginas do meu diário [quando eu tenho um]. Com ela são as melhores risadas, as histórias mais bisonhas, as maiores besteiras e segredos que não entregariamos nem sob a maior das torturas.


Ela que me faz comer, que divide remedios de alergia, testa maquiagens de drag queen no meu rosto logo cedo e faz interpretações estranhas de "Alice no país das Maravilhas". A companheira que morre afogada mas nao me deixa levar caldo na praia, que topa ver filmes velhos, que me fez ouvir red hot chili peppers e Pearl Jam. A que confirma todas as mentiras e embarca em altos planos comigo. Sempre a Roberta.

Por isso, sempre fica esse vazio quando ela vai embora no fim do verão ou das férias de julho: porque ninguém sabe ser uma melhor amiga e irmã mais velha melhor que a minha prima. Só que depois eu penso que tudo bem, eu sei que ela volta [ou eu vou], no ano que vem.

Mas não poderia ficar pra sempre?
Eu te amo, Robye Betta Boeringuer Inguelheim <3